1.ª Edição
O seu gosto pela leitura surgiu desde muito cedo, como nos contou:
O primeiro livro que me despertou para a leitura foi um livro não escrito - as histórias contadas pelo meu pai, que era um grande contador de histórias, […] numa altura em que eu ainda não sabia ler, era uma forma de ganhar asas para além das paredes do meu quarto.
Qual o livro que marcou a sua vida?
Há uma injustiça ao selecionar um livro porque ao longo da vida vamos sendo acompanhados por diferentes livros.
Para destacar um e centrando-me nesta fase mais madura da minha vida, posso distinguir o livro da Hannah Arendt, A vida do espírito em dois volumes: I-Pensar e o II-Querer.
Confrontei-me com esta filósofa judia, uma grande mulher, cheia de força. Impressionou-me extraordinariamente, porque é luminosa na forma como liga os diferentes autores e filósofos, desde os da Antiguidade Clássica, como São Paulo, São Tomás de Aquino e Santo Agostinho - tem um texto belíssimo sobre o amor em Santo Agostinho – aos mais modernos como Heidegger, Jaspers e Hans Jonas e dá-nos uma ideia de força do pensamento na ação.